1 de fev. de 2011


   Casar ou não casar... eis a questão! Porque essa doida resolveu falar sobre isso? Um assunto ronda nossa cabeça quando tudo ao redor parece levar a ele. Existe um (pré) conceito arraigado na sociedade que  a mulher depois de uma certa idade tem sim que se casar. Se não casa é olhada até com pena. Ou começam a achar que ela tem algo de  errado. Coisa de antigamente? Hoje em dia não tem mais isso? Vejamos....
                       Na minha família,  fui a primeira das netas de minha avó materna que começou a namorar. Com quinze anos, tive um namoro que durou dois e todo mundo jurava que eu ia casar super cedo.  Ledo engano.  Aos dezessete, me rebelei  contra  aquele  sufoco que era o meu namoro: cheio de regras, imposições, liberdade tolhida, ciúme doentio...
                      Na verdade quem  colocou a grinalda bem cedo, foi minha irmã mais nova. Na época, eu a achei louca. Alguém deve estar se perguntando: Você é contra o casamento?  Eu respondo: não, de forma alguma.
                    O que me irrita é a obrigatoriedade. O fato de você ter mais de 30 anos e ser solteira  gera muitas caras e bocas e narizes torcidos. Já ouvi tanto absurdo que não conseguiria reproduzir a contento aqui! A minha idéia de casamento (e até mesmo de namoro) pode até ser romantizada e utópica, mas acredito que seja mais satisfatória do que a de que você PRECISA  se unir a alguém só porque “ o tempo está acabando”.
                       De tempos em tempos me questionam a solidão. Cada hora é por um motivo. Me lembro que mais nova, devia ter uns 21 anos, minhas tias tentaram me fazer a cabeça para casar com um italiano. Que ia ser bom, que ia morar em outro país, que ele era rico. Oi?
                          Há muito tempo pago minhas próprias contas e me sustento sozinha.  Casamento a meu ver, não é sociedade, nem trabalho remunerado. Me causa verdadeira repulsa  esse tipo de associação. Atualmente, estou em busca de apartamento pra alugar. Vocês querem saber quantas vezes eu ouvi frases do tipo: “ Nossa, bem que você poderia ‘arrumar’ alguém, casar, morar junto, né? Pra dividir as despesas, pra te ajudar”. Querem mesmo saber quantas vezes?
                         Primeiro que eu ODEIO o termo “arrumar alguém”. Me soa tão desesperado, tão sem propósito, tão artificial. Ninguém “arruma’ ninguém na vida . Segundo, nem namorado eu tenho.  E se tivesse, só porque tenho que me mudar, o certo seria eu propor morar junto ou casar, só pra aliviar as despesas? Oi?
                         Será que o erro não está em pensar as relações de acordo com nossas necessidades corriqueiras? Burocratizar uma decisão que deve ser tomada quando duas pessoas se amam e tem maturidade suficiente pra saber que terão que construir uma relação e uma vida em comum, mesmo sabendo que não é um mar de rosas?
                          A culpa desse texto é da Nazira de Glória Perez.  TV ligada, relembrei o desespero da mulher que “passou da idade” e que não consegue casamento. Claro que estamos falando de uma cultura muçulmana, totalmente diferente da nossa. Mas, diferente até que ponto, não é mesmo? Já que trago os mesmos questionamentos e de gente que me rodeia, enfim...  a culpa não é só dela, nesse caso.
                          Dá pra ser solteira e feliz, solteira e infeliz, casada e infeliz, casada e radiante de feliz. Não vai ser o estado civil, uma certidão, o status de ter ou não alguém, que vai te dizer quem ou o quê você é.
Nada de bandeiras como “ Antes só do que mal acompanhada”, porque, vamos combinar, ficar sozinha cansa e também é um pé no saco (ops, sou menininha).  Mas também não é motivo pra colocar alguém ali só pra tapar o buraco ou levar vida de eterna adolescente e virar de balada em balada e cair no extremo oposto.
                           Só não façamos dessa convenção a última razão de felicidade da vida!  Véu, grinalda e  buquê não são obrigação.

 

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